segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Abram os olhos


É muito triste ver como a pobreza no Brasil ainda é algo tão gritante, tão explicito, muito triste mesmo. Hoje ao observar atentamente as ruas de São Paulo, em um percurso relativamente curto entre o centro e a minha casa que fica na Vila Olímpia, zona sul, comecei a reparar na pobreza escancarada a minha frente, em cada rosto que por mim passava, aquele olhar de abandono, de fome, frio, o olhar perdido do viciado, da falta de esperança da mãe com a criança no colo, os olhares daqueles jovens sem perspectiva alguma de futuro,  aquilo foi me consumindo e veio junto um sentimento de inconformismo, sentimento de ódio, impotência, sentimento esse que me fez pensar e me questionar sobre um milhão de motivos para essas pessoas estarem naquela situação, ninguém a de pensar que elas merecem, que elas procuraram isso, não é possível pensarmos que esse foi o destino traçado para aquele ser humano que está tão indefeso perante a esse abismo social, o egoísmo e a falta de preocupação do próximo ou da indiferença daquele que tem o poder de mudar a vida daquela pessoa e passa simplesmente por ela todos os dias sem tomar  nenhuma atitude, sem nem se comover ignorando aquele olhar que clama por socorro.

E ainda há pessoas que acreditam que  inferno é mais lá embaixo....

Eu apenas abri meus olhos hoje e durante alguns minutos eu observei algo que a muito tempo estava lá, mas que por qualquer outro motivo eu optava por não ver. 

É incrivel como podemos seguir em frente e não pensar nesse assunto, é realmente muito mais facil passarmos literalmente reto por essas situações,  mas a forma que você encara a sua vida a partir do momento em que resolvemos abrir os olhos, quando realmente enxergamos aquele outro ser humano como alguém igual a nós é o que vai determinar que tipo de pessoa seremos.


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